Autor: Ana Soraia Pinho Lopes
A mortalidade por Acidente Vascular Cerebral (AVC), em Portugal, continua ainda acima da média dos países ocidentais da União Europeia, mesmo tendo vindo a diminuir nas últimas décadas. Sendo considerado um problema de saúde pública em Portugal, com fatores de risco vascular desiguais, o risco individual de acontecer um AVC é aumentado. Uma das consequências mais frequentes após AVC é o comprometimento da função motora do membro superior, incapacitando o doente para a realização das Atividades Vida Diárias. Posto isto, e dado o impacto negativo que o AVC tem na vida do doente e da sua família, pretende-se responder à seguinte questão de investigação: “Quais os benefícios da Reabilitação Funcional do membro superior de pessoas que sofreram AVC?” Objetivo: – Rever e resumir sistematicamente a literatura atual disponível sobre variáveis prognósticas relacionadas à recuperação do membro superior após acidente vascular cerebral; – Identificar benefícios das intervenções de reabilitação funcional no membro superior em doente após AVC. Metodologia: Revisão sistemática da literatura com consulta de bases de dados científicos através da EBSCO. O universo de estudos extraídos foi 1412, dos quais 1396 foram excluídos por não respeitarem os critérios de inclusão, nomeadamente, por não serem relativos à reabilitação funcional, por serem revisões de literatura, ou encontravam-se duplamente publicados. Ficaram para a análise 16 estudos, dos quais 4 foram excluídos por não cumprirem o espaço temporal pretendido, 2 não estavam disponíveis em texto integral. Sendo que para esta revisão foram analisados integralmente 10 artigos. Resultados: Existiu uma melhoria positiva nas avaliações, após acompanhamento das terapias aplicadas, pelos investigadores nos diferentes estudos revistos. Os resultados sugerem que a utilização de dispositivo eletromecânico é uma importante ferramenta auxiliar para ajudar no programa convencional de reabilitação, especialmente a nível articular. A reabilitação funcional, exerce um papel importante na recuperação da coordenação. Programas de reabilitação mais compactos e intensos, como Treino Específico para Tarefas Significativas (“MTST”) E Terapia de movimento induzida por restrição (“CIMT”), aumentam a recuperação motora e diminuem a espasticidade. Assim como, a combinação da Reabilitação Funcional (R.F.). com a terapia física e ocupacional, é mais eficaz. Concluiu-se que a associação da R.F. com a estimulação do nervo vago, é segura e viável. Por outro lado, a diminuição de atividade e força, aumenta a espasticidade. Conclusão: A reabilitação funcional tem benefícios para o doente, visto que diminui a incapacidade, previne complicações, estimula a capacidade de socialização do individuo. Conclui-se que a espasticidade do membro, a falta de atividade, a falta de coordenação, são variáveis que interferem na recuperação da funcionalidade do membro superior após AVC.